
Os engenheiros, antes de iniciarem uma obra, preparam a planta da edificação. Antes ainda, idealizam mentalmente o que desejam ver depois do trabalho feito, e armados de papel e lápis, passam aos apontamentos que determinarão as exatas dimensões, estrutura e porte da edificação.
Somos como edificações. O Senhor, antes de sermos concebidos, nos vê, tanto fisicamente como no interior. O Senhor, como Arquiteto e Engenheiro Supremo de todas as coisas, sempre planeja o melhor material para “construir-nos”, e Ele jamais erra sequer um milionésimo nos seus cálculos.
Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda. – Salmo 139.16
A construção, depois de inaugurada, começa a ser utilizada e sofre desgastes, maus-tratos, ataques, intempéries e, por isso, precisa ser constantemente limpa e restaurada. Se assim não for, sua estrutura ficará comprometida e começará a apresentar brechas.
Brecha é uma abertura feita no muro de uma fortaleza, pela qual se pode penetrar. É um espaço vazio, uma lacuna, uma ferida larga e profunda.
Com os muros da cidade de Jerusalém aconteceu mais ou menos assim. A “manutenção” dos muros foi sendo negligenciada e surgiram brechas, pelas quais puderam entrar estranhos, inimigos e ameaças, que não tiveram outra intenção senão de fragilizar e destruir a construção.
Permita-me novamente voltar à analogia de nossas vidas. Somos construções; edificações do Senhor. Da mesma forma que pode ocorrer com os muros de uma cidade, assim pode suceder conosco. Se não cuidarmos, estaremos dando azo ao inimigo de nossas almas, que poderá ter acesso direto ao nosso coração, para roubar, matar e destruir, entrando pelas fendas que permitimos fossem abertas.
Não deis lugar ao diabo. – Efésios 4.26-27
O pecado de forma geral, praticado deliberadamente e sem resistência, a falta de perdão, o julgamento temerário, a maledicência, a raiz de amargura, a violência, são verdadeiras brocas que abrem brechas em nossos muros, permitindo que fiquemos fracos e suscetíveis ao pavor da noite, ao medo da ameaça do inimigo, a doenças, sejam físicas ou psicológicas, e outros males. O maligno não tem acesso às nossas vidas, a menos que fendas sejam abertas.
O que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca. – I João 5.18
Mas o Senhor, que é o Supremo Construtor, deseja reparar as brechas, antes que a construção desmorone por completo, perecendo para sempre, “porque o salário do pecado é a morte” – Romanos 6.23.
Repara-lhe as brechas, pois ela ameaça ruir. – Salmo 60.2b
Não podemos deixar prosperar as brechas, caso contrário, estaremos em sérios perigos. É verdade que os ataques, o desgaste natural e os “maus-tratos da vida” têm forte impacto sobre a estrutura de nossa construção, mas é preciso estar alerta e não permitir que fendas se abram. Mas não desanime, saiba que se levantará “gente de outro país” que não vai gostar disso e tentará impedir a reparação das brechas, porque sabem que se forem restauradas, você se tornará inacessível a eles.
Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, os arábios, os amonitas e os asdoditas que a reparação dos muros de Jerusalém ia avante e que já se começavam a fechar-lhe as brechas, ficaram sobremodo irados. – Neemias 4.7
O Senhor quer nos ajudar a restaurar eventuais brechas em nossos muros, e a partir de então fazer de nós reparadores de brechas. Façamos, então, vistoria permanente. Se encontrarmos brechas, que nos empenhemos em repará-las o quanto antes. O Engenheiro Eterno sabe como tornar tudo conforme o projeto original.
Os teus filhos edificarão as antigas ruínas; levantarás os fundamentos de muitas gerações e serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país se torne habitável. – Isaías 58.12
Pense nisso.
Que o Senhor nos guarde
Nenhum comentário:
Postar um comentário